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Emater de Santo Augusto estima prejuízo milionário devido à estiagem

Somente em relação à cultura da soja, 900 mil sacas deixarão de ser produzidas.

24/01/2022 13:56 por Maira Kempf


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Neste mês de janeiro, dados oficiais do INMET mostram 29,6 milímetros em Santo Augusto. Foto: Luiz Carlos Pommer


 




A estiagem que atinge o Rio Grande do Sul — uma das maiores da última década — perdura há alguns meses e as entidades estimam enormes prejuízos.

Em Santo Augusto, onde há redução de precipitação desde meados de novembro, a EMATER/RS estima prejuízo superior a R$ 100 milhões. Neste mês de janeiro, dados oficiais do INMET mostram 29,6 milímetros em Santo Augusto.

De acordo com Carlos Alberto Agnes Weiller, chefe do escritório local da EMATER, em relação ao milho — cultura mais afetada até o momento pela deficiência hídrica —, a área plantada foi de 3 mil hectares, com estimativa de 180 sacas por hectare, porém, a produtividade final atingida ficou em torno de 50 sacas por hectare.

Sobre a soja, principal cultura do município, foram semeados 30 mil hectares, com expectativa inicial de 63 sacas por hectare, porém, com as condições climáticas atuais, o rendimento deverá cair para 30 sacas por hectare. Carlos fez um adendo quanto a possibilidade de algumas lavouras não atingirem estas estimativas pelas culturas estarem em estádio fenológico mais avançado. Para aquelas semeadas tardiamente, considera-se a possibilidade de recuperação parcial da produção.
 

Ainda de acordo com o Chefe do escritório local da Emater, somente em relação à cultura da soja, 900 mil sacas deixarão de ser produzidas. Considerando preço superior a 170 reais por saca, estima-se que 150 milhões de reais deixarão de circular no município, o que deverá afetar diretamente a economia local.
 

A emater também ressalta prejuízos no milho para silagem e na cadeia leiteira. Santo Augusto registra mais de 100 produtores de leite, com produção de 16 milhões de litro por ano. Com a estiagem que perdura há mais de dois meses, estima-se redução na produção de 21 mil litros de leite por dia, ou seja, mais de 1,5 milhão de litros de leite deixaram de ser produzidos e comercializados.

Na pecuária leiteira, a recuperação tende a ser mais lenta e os efeitos da estiagem deverão ser sentidos ainda nos próximos meses, mesmo com o retorno das chuvas, visto aos animais demorarem para recuperar os padrões de produtividade.

Esta matéria considera levantamento realizado pela Emater na última quinta-feira, 20 de janeiro. Até o final do ciclo das culturas os dados poderão sofrer alterações.

REGIÃO

Um levantamento feito por Fiscais da Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR), nos municípios de Boa Vista do Cadeado, Cruz Alta, Vista Gaúcha, Ijuí e Três Passos, verificou que os cultivos estão com severos danos por estiagem como queda das folhas inferiores e morte de plantas, sendo que muitas lavouras estão com dificuldade de emergir ou em condições inviáveis de cultivo, fazendo com que os produtores reduzam o investimento em manejo de pragas e doenças. Algumas áreas ainda estão em pousio, em função da falta de umidade no solo para semeadura da soja, principalmente.

Os agrônomos observaram que, na situação atual do Rio Grande do Sul, há lavouras de soja que apresentam perdas acima de 80%, com municípios decretando o término precoce da safra de soja e milho pela baixa expectativa de produção.

 

Abaixo, vídeo do vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Luiz Carlos Pommer, em uma lavoura de soja com deficiência hídrica na localidade de Santo Antônio.



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