Câmeras registram novo caso de agressão a criança em escola de Paraí; educadora foi afastada
Pais de uma menina de dois anos foram informados pela prefeitura, que investiga a conduta da profissional. Em setembro, duas mulheres que atuam no mesmo local foram denunciadas por lesão corporal contra menino
12/11/2025 07:38 por Maira kempf
Após o primeiro caso, a prefeitura iniciou uma revisão das gravações das câmeras instaladas na escola. Arquivo pessoal / Reprodução
Imagens de câmeras de segurança mostram uma educadora agredindo uma menina de dois anos em uma escola municipal de Paraí, na serra gaúcha. O episódio teria ocorrido em agosto e seria o segundo caso de violência registrado na instituição neste ano. A servidora foi afastada, e a prefeitura instaurou processo administrativo para apurar a conduta.
Nas imagens, é possível ver uma educadora agarrando a menina e, em outro momento, puxando o cabelo de outra criança. Segundo o pai, a menina faz parte da mesma turma onde, em abril, duas profissionais foram flagradas agredindo um menino de um ano e oito meses.
As duas foram indiciadas por tortura após a conclusão da investigação em setembro e, no mesmo mês, denunciadas pelo Ministério Público pelo crime de tortura qualificada. O MP aponta que o crime foi praticado com lesão corporal, tendo como vítima uma criança, e com causa de aumento de pena por ter sido cometido por agentes públicos. A denúncia foi recebida pelo judiciário e elas já respondem à ação penal, que aguarda a audiência de instrução.
De acordo com o pai, após o primeiro caso, a prefeitura iniciou uma revisão das gravações das câmeras instaladas na escola para identificar possíveis novos episódios de violência. Conforme os registros eram analisados, as famílias das crianças envolvidas eram contatadas.
— Foi um mês de omissão da agressão por parte da escolinha na pessoa da diretora e do poder público municipal. Minha filha vai até o final do ano para a mesma escola, depois vai para outra. Ela mudou muito depois do ocorrido. Estamos levando ela em uma psicóloga infantil — relata o pai.
Segundo ele, a prefeitura teria orientado os responsáveis a não registrarem boletim de ocorrência, alegando que o próprio poder público tomaria essa providência. No entanto, o boletim só foi formalizado após insistência da família, em 11 de setembro.
A menina, que hoje tem quase três anos, frequenta a escola desde os quatro meses. O pai conta que ela chegou a relatar que teria sido agredida por uma professora, mas ele não acreditou inicialmente, pois a profissional já estava afastada há cerca de um mês.
— Ela está bem, mas o que eu, como pai, senti e sigo sentindo é horrível. Não fiz justiça com minhas mãos pois minha filha precisa de mim. Eu vou até o final, quero justiça. E não vou parar até não haver justiça — completa.
O que diz a prefeitura
A prefeitura de Paraí informou que adotou o mesmo protocolo do caso anterior: a servidora foi afastada no mesmo dia em que o fato chegou ao conhecimento da administração. Um processo administrativo foi aberto em agosto e concluído em outubro. A educadora permanece afastada e a exoneração está em análise, afirma a administração.
A prefeitura também destacou que instalou 60 câmeras em salas de aula e áreas comuns de duas escolas municipais. Além disso, foi criado um centro de monitoramento que funciona das 6h às 18h, durante todo o horário de expediente.
As educadoras do primeiro caso revelado foram indiciadas por tortura após a conclusão da investigação em setembro e, no mesmo mês, denunciadas pelo Ministério Público pelo crime de tortura qualificada. O MP aponta que o crime foi praticado com lesão corporal, tendo como vítima uma criança, e com causa de aumento de pena por ter sido cometido por agentes públicos. A denúncia foi recebida pelo judiciário e elas já respondem à ação penal, que aguarda a audiência de instrução.
GZH
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