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Número de transplantes no Rio Grande do Sul cresce 20% em 2023

Entre os fatores que levaram ao crescimento do número de transplantes está o entendimento, o conhecimento e o próprio engajamento da sociedade, que já tem consciência da importância do consentimento familiar para que a doação ocorra de fato

28/02/2024 09:58 por redação


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O número total de transplantes de órgãos, tecidos e medula teve um crescimento de aproximadamente 20% no Rio Grande do Sul em 2023. Foram realizados 2.240 procedimentos, em comparação com os 1.867 realizados em 2022.

O Rio Grande do Sul ocupa o quinto lugar no ranking dos estados brasileiros com maior número de doações, vindo logo atrás de São Paulo, Minas Gerais, Rio de janeiro, e Paraná.

Os dados foram divulgados, nesta terça-feira (27/2), em balanço apresentado pela Central Estadual de Transplantes (CET), vinculada ao Departamento de Regulação da Secretaria da Saúde (SES), no auditório da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).

A titular-adjunta da SES, Ana Costa, lembrou do sentimento de tristeza durante a pandemia, quando houve quedas muito significativas nos transplantes. Por isso, ela ressaltou que o aumento de 20% no número de transplantes é algo significativo. 

A diretora da Central Estadual de Regulação, Suelen Arduin, informou que o Estado registrou 838 notificações de morte encefálica, o maior número de desde 1996, sendo que 285 delas resultaram em doação de órgãos. “Tivemos um aumento significativo nos transplantes de rim e coração, que aumentaram  27% e 33%, respectivamente", destacou.

De acordo com o assessor técnico da CET, James Cassiano, entre os fatores que levaram ao crescimento do número de transplantes está o entendimento, o conhecimento e o próprio engajamento da sociedade, que já tem consciência da importância do consentimento familiar para que a doação ocorra de fato. Ele também citou a capacitação e a habilitação dos profissionais da área da saúde na realização dos procedimentos e no atendimento humanizado que tem sido preconizado dentro dos hospitais do Estado para a abordagem dos familiares. 

O cirurgião torácico José Camargo, que também é diretor do Centro de Transplantes do Hospital Dom Vicente Scherer, do Complexo Santa Casa, explicou que, para aumentar a captação de órgãos, é preciso que haja mais notificações de mortes encefálicas. “São notificadas menos de 70% das mortes encefálicas. Com essa subnotificação estamos negando às famílias o direito de se manifestarem", disse.

Durante o evento também foi apresentado o Plano Estadual de Doação e Transplantes do Rio Grande do Sul 2024-2027, com as perspectivas e as metas para o triênio, além da nova página da Central de Transplantes, que entrou no ar recentemente.

“Esse plano faz um alinhamento no processo dos transplantes do Estado, concede uniformidade ao processo, para que todos os envolvidos possam trabalhar da mesma maneira, com equidade e qualidade do serviço”, avaliou James Cassiano.

Ele também disse que o objetivo é vencer o desafio de atender a demanda por transplantes e que os dados ressaltam a necessidade contínua de preencher a lacuna entre a oferta e a demanda de órgãos no Estado.

Homenagem

Edelbert Kruger, que recebeu um transplante de pulmão, foi homenageado e recebeu a camisa da campanha O Amor Vive - seja um doador de órgãos. Ele disse que luta pela causa da doação desde que saiu da sala de cirurgia. “Somos todos doadores de órgãos", afirmou emocionado.

Portal do Estado do Rio Grande do Sul



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